Sem premissas falsas, ou a intensão de te levar a um outro estado de consciência, seu corpo está sempre trabalhando à seu favor. Ele é um estado de presença constante. Não só a companhia, mas o tempo presente.
Quando entendi que não só a metáfora do corpo "é um templo para a alma" como uma casa, mas viver a experiência da espiritualidade a partir dele era a chave, passei a me relacionar de forma diferente com ele. Sabe aquela indiferença quanto ao que se come, ao que se vive, ao que se constrói? Ela vai embora. Mesmo que volte de vez em quando na tentação de um brigadeiro a mais ou uma taça de vinho imprevista, o compromisso é diferente.
Você não precisa ser um meditador profissional, ou transformar a sua vida na de um monge isolado, você precisa de auto amor. Por mais que seja piegas, o auto amor é a chave para a reconexão com o corpo.
A terra nos fornece o corpo, a matéria, que a alma divina habita. Logo, meu espaço especial para a existência precisa ser preservado, restaurado quando necessário. É preciso cuidar as informações que entram na minha mente, e as matérias que entram em minha corrente sanguínea, e também o que reverbera em minhas ações e gestos no dia a dia.
Claro que exercícios de mindfulness, meditação, e uma alimentação equilibrada ajudam. Contudo, o mais importante é a autoconsciência. A manifestação da vontade sobre o mundo e o entendimento do que se quer contar. Cada templo carrega uma história e uma conta a ser paga no final dela. Quanto maior nossa consciência, menor o débito e maior o crédito.
Para nos ligar com o divino, já temos todo o necessário. Nosso corpo e nossa alma. O que fazemos deles é o que dita o quanto essa conexão será eficiente.