Para conhecer a luz, é preciso conhecer as trevas. Pode ser que a sua experiência, ou até mesmo seu medo de enfrentar as trevas lhe digam o contrário. Contudo, somente o ingênuo irá acreditar na Luz que nasce e se mantém eternamente com o ser. Somos seres em movimento, em transformação, logo, para darmos o valor adequado às coisas, é preciso que tenhamos experimentado o seu oposto ou a sua falta.
Durante todos estes anos de caminhada espiritual vi muitas pessoas se perderem na luz por pura ingenuidade. Aquela luz tão brilhante, tão divinamente imaculada, que cega. Olhar para ela por muito tempo causa uma certa hipnose que nos leva a acreditar em tudo que de lá vem.
Só que a realidade não é transparente. Há pontos em que a luz não chega, e também há pontos em que as sombras jamais conseguem ser totalmente varridas. Por isso que fomos feitos racionais. Para que possamos diferenciar a luz que clareia, que dá consciência, da luz que cega.
Quando me encontrei na luz, estava em meio as trevas do meu ser. Um passo na depressão e outro na ansiedade. Ela veio para iluminar aos poucos, trazendo consciência e autoconhecimento. Permitindo que a confiança existisse, e que a esperança de dias melhores ressurgisse. Se encontrar na luz é poder ver com clareza a realidade. É permitir que não só a nossa verdade exista, mas também respeitar a verdade do outro.
É compreender e aceitar que há um projeto de expansão de consciência, e que devemos trilhar muito mais pelo caminho do meio, do que na polarização luz e sombras.